Da Revista de 14/NOVEMBRO/2015 destaco estes três pares de perguntas e respostas:
O que é que o fascina mais na matemática?
O ser tão ricamente ligada a tudo, em qualquer lugar. Questões que surgem na geometria revelam estar relacionadas com a mecânica dos fluidos ou com a mecânica celeste da forma mais extraordinária. Tal como sucede com a fórmula de Euler, que é geralmente considerada a mais bela fórmula matemática: os cinco números ——, que foram desenvolvidos em alturas diferentes e por pessoas diferentes, estão todos relacionados por uma única fórmula. Quem poderia imaginar uma coisa destas?
Há uma predisposição para a matemática ou o interesse resulta dos estímulos que recebemos em criança?
Tudo na vida é uma combinação entre predisposição e estímulo. Não apenas a matemática. Tudo.Estamos a chegar ao fim do primeiro período de aulas em Portugal. Que mensagem tem para os alunos que estão às voltas com a matemática?
No pain no gain. Sem trabalho não há resultados.
P.S. (21-11-2011): E na Conferência Matemática, Cultura e Criação, proferida em 11-11-2015, em Coimbra (via De Rerum Natura).
P.P.S. (23-11-2015): Mais uma entrevista dada pelo matemático francês Cédric Villani, desta vez, ao Público. O entrevistador foi o matemático português Jorge Buescu. Começa assim:
PÚBLICO: Para fazer matemática ao mais alto nível, é preciso perseguir uma ideia em regime de obsessão. Podes descrever este processo?
É muito simples: começa-se pela curiosidade; fazemo-nos uma pergunta simples… depois reflecte-se muito sobre ela… depois pensa-se no assunto dia e noite, torna-se uma obsessão, investimos nela todas as nossas forças, e cada nova ideia vem reforçar o projecto; escrevemos, reescrevemos, recomeçamos… Acabamos por desenvolver sobre ela um interesse vital. É muito importante conseguir entrar no tal “estado obsessivo”, mesmo que temporariamente. No Teorema Vivo, esta escalada da obsessão é traduzida, em parte, pela invasão progressiva do texto por fórmulas matemáticas.
Great